sábado, 31 de janeiro de 2009

CALÇAS JEANS


Nada mais marcou tanto este século em termos de moda do que a calça jeans. Todo mundo tem ou ja teve uma. Na época da corrida do ouro nos EUA, por volta de 1850, os trabalhadores vestiam-se com calças fabricadas da lona que utilizavam.

A fim de realizar uma experiência, o Sr. Levi Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía, disponibilizou-as aos mineradores e o sucesso foi imediato. Devido a alta resistência das peças, as mesmas não se estragavam com facilidade e proporcionavam uma durabilidade muito maior.

Com o surgimento dos mitos do cinema, na decada de 50, encabeçados por James Dean e Marlon Brando, a roupa começou a associar-se ao conceito de juventude rebelde conquistando este público.

A liberdade sexual apenas começava a mudar o comportamento dos jovens, a mesma liberdade que foi definida em um jingle como a calça jeans velha, azul e desbotada, andando pelo mundo afora...Quem não se lembra do auge da calça Lee nos anos 70?

E eu tenho e uso varios jeans: lavados, escuros, bordados, escurecidos. So sei que eles me dão essa mesma sensação até hoje de despojamento, liberdade de movimento e figurino contemporâneo, misturado á sensação de que estou bem em qualquer lugar que eu vá.
De tênis ou scarpin de salto, sandália de dedo ou plataforma.

Cintura baixa ou alta, ainda posso usa-la, sem passar uma imagem de senhora querendo parecer menina. Porque como em tudo na vida, moda tambem é questão de postura.
E a minha é baseada em elegancia. Ah como eu adoro essas calças jeans!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

UM DOS MEUS POETAS PREFERIDOS


Foi lendo Carlos Drummond de Andrade que o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto descobriu que " a ironia e a prosa podiam fazer parte da poesia".

E assim, retratando seu mundo nordestino - "Vida e morte severina" - na maioria de seus poemas, incrivelmente sedutores, não deixou de recitar versos sobre o amor e o erotismo, principalmente nesse sublime " A Palavra Seda":


A atmosfera que te envolve

atinge tais atmosferas

que transforma muitas coisas

que te concernem, ou cercam.
E como as coisas, palavras impossíveis de poema

exemplo, a palavra ouro,e até este poema, seda.
É certo que tua pessoa não faz dormir,

mas desperta;

nem é sedante, palavra derivada da de seda.
E é certo que a superfície de tua pessoa externa,

de tua pele e de tudo isso que em ti se tateia,
nada tem da superfície luxuosa,

falsa, acadêmica,de uma superfície

quando se diz que ela é “como seda”.
Mas em ti, em algum ponto,talvez fora de ti mesma,

talvez mesmo no ambiente que retesas quando chegas,
há algo de muscular,de animal, carnal, pantera,de felino,

da substância felina, ou sua maneira,
de animal, de animalmente,de cru, de cruel,

de crueza, que sob a palavra gasta persiste na coisa seda.
(Quaderna, 1956-1959)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MAYSA


Lembro-me quando eu despontava na adolescencia ja criando corpo ,as pessoas mais velhas me chamavam brincando de Maysa Matarazzo, pois além dos olhos verdes, tinhamos semelhança no nome.

Diante de toda a polêmica que a cantora Maysa causava com sua postura e seu jeito de cantar, mostrado recentemente numa minissérie da Globo, nada melhor que uma biografia autorizada, ou seja: Maysa deu à jornalista carioca Lea Penteado uma biografia escrita do proprio punho.

O encontro se deu em 1973, e a biografia escrita pela própria cantora, segue abaixo.

* * *
“Nasci no Rio, sou de gêmeos, dia 6 de junho. Nasci em Botafogo, em casa mesmo, na Rua Visconde de Silva. Hoje em dia é uma clínica, tenho imensas saudades daquela casa e sempre sonho com ela.
Tenho um irmão, Alcebíades, já casado com Dorinha e tem uma filha linda, chamada Maysa como eu. Meus pais são maravilhosos, minha mãe é linda e papai tem os olhos mais azuis que já vi.

Sempre foram meus amigos e companheiros em tudo e para tudo.
Só não gostaram quando eu comecei a cantar. Deram o não. Hoje, porém são fãs incondicionais.
A música sempre foi importante prá mim, desde menina. Minha tia Lia era pianista excelente e quando ela estudava, eu ficava horas e horas sentada ao lado dela ouvindo música clássica.
Aos três anos eu já sabia tocar alguma coisa com os dois dedinhos.

Aos seis ia dar meu primeiro concerto de piano mas caí doente com sarampo. Aos sete outra vez, mas tive catapora: assim nunca pude levar a serio uma carreira de pianista, hoje uma de minhas frustrações.
Já casada, esperando Jayminho, meu filho hoje com 17 anos, numa festinha em casa toquei algumas de minhas músicas que compunha desde os 13 anos.
Estava lá Roberto Corte Real que me convidou para gravar um disco logo que o “baby” nascesse.

Meu pai era muito amigo de Silvio Caldas, Elizeth Cardoso, que sempre estavam lá em casa. Silvio foi a primeira pessoa que me ajudou a tocar violão. Com Elizeth aprendi muito para depois partir para cantora.
Não foi fácil conseguir ser profissional.
Para poder seguir essa profissão tive que abrir mão de muitas coisas e por fim não podendo mais, larguei até meu casamento, minha casa enfim, a minha vida de moça de sociedade para seguir a minha verdadeira estrada.
Devo ter mais ou menos uns 23 LPs. Muitos feitos no Brasil, 2 nos States, Itália, Espanha, Argentina, etc.
Compus muitas e devo ter gravado umas 50. Elas sempre refletiam meu estado de alma, minha tristeza e solidão. Nunca consegui escrever nada alegre.
Fora do Brasil estive 7 anos.
As razões foram várias, mas a a principal foi meu segundo casamento. Meu segundo marido, Miguel Azanza, era espanhol e todos os seus negócios estavam na Espanha.
Segundo, foi querer levar Jayme para que ele tomasse contato com a vida num local onde ele fosse apenas Jayme, e não Jayme Matarazzo. Para que ele aprendesse a se valorizar pelo o que ele é e não por outras coisas que poderiam ocorrer em face de seu nome.
Com a morte de André, meu primeiro marido, levei Jayminho para a Espanha e não me arrependo.
Atualmente a minha vida chegou a um ponto onde há um equilíbrio agradável, embora eu esteja dando os meus primeiros passos para que o equilíbrio seja total.
Muitas vezes ainda me sinto perdida, só, o que é normal para quem se colocou tanto tempo nessa situação.
Carlos Alberto e eu temos muitas coisas em comum, inclusive uma vivência adquirida nos tantos erros anteriores. Fomos pessoas machucadas e machucamos. Tudo o que sou agora é uma conseqüência lógica do que passei. Só que procuro tirar de bom o que ficou e jogar fora o que não interessa.
Há anos venho em busca de um local que me permitisse uma paz quase que inacreditável. Antes era na Barra da Tijuca, há 16 anos atrás onde eu tinha uma casa e vivia em perfeita harmonia com meus bichos, o mar e uma turma da pesada.
Hoje é uma praia distante onde vivo na mais completa harmonia com Carlos, os bichos, o mar e mais ninguém a não ser essa nova expressão que está nascendo em mim já há algum tempo, que é a pintura. Levei um piano onde pretendo compor algumas coisas, levei meu cavalete, meus discos e levei a minha paz que, justamente com a de Carlos, nos faz pensar num pra sempre.
Jayminho hoje tem 17 anos, é bonito, rico, toca violão, pinta, é bacana e um ser humano maravilhoso, que muito me ajudou no encontro dessa paz que hoje em dia é a minha constante.
E se às vezes derramo o caldo, ele é quente, não mais fervente. É isso ai. Bicho!”
Maysa
setembro de 1973

ENCONTROS COM LASAR SEGALL


Estudando no Colegio Brasilio Machado na Vila Mariana, passava todo dia por uma casa branca onde está o Museu Lasar Segall.
O nome desse artista sempre me deixou curiosa, pois um acontecido em minha familia, tornou-o muito mais célebre.
Uma tia idosa de um padrinho meu, ao falecer, deixou todos os seus pertences a ele , tais como um velho guarda-roupa e outras antigas mobilias . Essas heranças mais com carga afetiva do que de valor.

No entanto, em cima do guarda-roupa lanhado, embrulhado em várias folhas de jornal, meu padrinho encontrou um pequeno quadro, com uma assinatura impressionante : Lasar Segall.

E só com esse pequeno quadro ele pode comprar um apartamento para a familia em S.Paulo, tal era o seu valor.
E viver confortavelmente, agradecendo pelo resto da vida a velha tia.

Mais tarde, já pintora e envolvida eternamente pela arte, consumi minha curiosidade e admiração por este artista, mais brasileiro que lituano. Seu estilo ma fascina, vanguardista para sua época.

Pintor, gravador, escultor e desenhista, Lasar Segall nasce na Lituania e
no final de 1912, vem para o Brasil expondo no ano seguinte em São Paulo e Campinas. No mesmo ano retorna à Europa.

A partir de 1914, passa a interessar-se pelo expressionismo, desenvolvendo-se plenamente nessa estética em 1917. Volta ao Brasil, onde fixa residência em São Paulo, no ano de 1923. Na capital paulista, Lasar Segall é destaque no cenário da arte moderna, considerado um representante das vanguardas européias.

É um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna - Spam, em 1932, da qual se torna diretor até 1935. Dez anos após sua morte, em 1967, a casa onde morava, na Vila Mariana, em São Paulo, é transformada no Museu Lasar Segall.
(Quadro: "Floresta com reflexos de luz " - 1954 ).

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

MINHA PRIMA ANA


Existem lembranças fortes que seguem com o tempo, reafirmando sentimentos de união e afinidade. Eu e minha prima Ana praticamente crescemos juntas como irmãs, desde as brincadeiras na escada da casa do vovô, aos bailinhos de colégio, e ao amadurecimento cultural em sessões de musica classica no Municipal.

Depois cada uma seguiu um caminho, vivendo de tudo um pouco.

Mas nunca nos separamos e nem deixamos de nos confidenciar segredos, alegrias e tristezas. Temos uma afinidade espiritual, um apoio mútuo, a vontade de estar sempre brincando e rindo juntas, como duas adolescentes bobocas, fazendo caretas e dando olhares marotos.

E nosso espirito ainda se confraterniza nessa sensação de que o tempo passou para nossos corpos, mas de espirito temos com certeza 15 anos.

E nesse eterno recomeço que é a vida, batalhadoras e espertas, nos pegamos nesse começo de ano, iniciando novas jornadas profissionais, como fênix que estão sempre saindo das cinzas e batendo asas.

Tenho certeza que todos os nossos vôos deixaram rastros magnificos, pontilhados de momentos inesquecives e enriquecedores.

Minha prima Ana fez um nome forte no circuito cultural, tenho orgulho dela.

Mas continuamos duas crianças, curiosas pela vida e pelas pessoas, brincando eternamente na escada do vovô.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CHUVA


Quando pequena, no casarão da Rua dos Ingleses no Bexiga, ao ver todo aquele aguaceiro caindo no quintal, espiava medrosa da janela, chamando por minha mãe e choramingando de medo. Os raios clareavam tudo e o vento assobiava, batendo as venezianas da casa.

- Olha o pingo quando bate no chão molhado, parece uma pequena xícara de café.

Bastou essa frase de minha mãe, para que todo o meu medo fraquejasse e a imaginação tomasse conta de toda aquela visão. E mesmo com os raios clareando o quintal, meus olhos buscavam as pequenas e rápidas xícaras, formadas pelos pingos fortes da chuva. Esquecida de todos os medos, embevecida pela forma do pingo, esquecida do pavor da chuva.
As vezes, a solução para tudo é mais fácil e simples do que pensamos.

E assim, clareio minha maior certeza nessa vida, diante de todas as situações: tudo depende do ponto de vista.

sábado, 3 de janeiro de 2009

PROMESSAS A MIM MESMA


Eu prometo nesse novo ano, tentar novos caminhos, tentar olhar tudo com outros olhos, ou seja, aprimorar e expandir minha visão do mundo e das pessoas.

Eu prometo usufruir mais dos pequenos e alegres momentos, os mais importantes e os que parecem mais insignificantes.

Eu prometo abrir meu coração incondicionalmente, para ter a oportunidade de amar e ser amada.

Eu prometo ficar firme nos meus sonhos, sem desistir ou desanimar.

Eu prometo confiar mais em mim, e aumentar minha segurança no que eu posso fazer.

Eu prometo continuar sorrindo pela vida, para sempre receber todos esses sorrisos que recebo.
E tentar elevar minha espiritualidade , adquirindo mais conhecimento e aplicando no dia a dia o principal: o amor ao próximo.
Agradeço pelas pessoas a minha volta e por todas as oportunidades que vão surgir. Assim como pela percepção exata do certo e do errado.

E abro meu coração para encontrar novas pessoas, que farei felizes e que me farão igualmente plena.

Amem.