Fomos feitas basicamente de revoluções. Da pilula ao movimento hippie, do feminismo a entrada ativa na politica, com panfletagens na porta da faculdade e protestos na rua.
Mas tinhamos nessa noção de liberdade, nas saias e cabelos longos, seios soltos sem sutians e risos abertos para a vida, a verdade de que podiamos mudar o mundo. E mudamos.
Nascidas sob a era de Aquário, com influência da música dos Beatles, de Bob Dylan, de Lou Reed, do melhor cinema de Kubrick e de Felini, do início do boom latino-americano, da literatura de Simone de Beauvoir,um caminho de informações, onde o computador ainda não imperava. Herdeiras da "revolução sexual" da década de 60 e das correntes feministas que, no entanto, receberam passadas por vários filtros, soubemos combinar liberdade com sensualidade, emancipação com paixão, reivindicação com sedução.
E não deixamos por menos. Nascidas entre 40 e 60, hoje somos sedutoras mulheres, batalhadoras e instruidas, politicamente corretas e libertárias.
Dançavamos descalças ao som de discotecas, impunhamos nossa presença sem amarras, nossa beleza efusiva, nosso poder de conquista.
Hoje somos independentes financeiramente, mantemos uma familia com nosso trabalho e nossa força, muitas de nós sózinhas, sem companheiros. Pois nossa escolha hoje, é seletiva e prioritaria na questão de relacionamentos.
No fundo sabemos, que a mesma chama da nossa geração, ainda vibra continua, mantendo a beleza, agora dos 40 e 50 anos, ainda atraindo olhares de desejo e admiração.
Mas ao olhar a foto da decada de 70, apoiadas uma nos ombros das outras, numa madrugada qualquer de férias na praia, após dançar loucamente celebrando a vida, constato que valeu a pena. Valeu a pena mudar o mundo, valeu a pena chegar até aqui.
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