terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PARA 2010


AME E MANIFESTE ESSE AMOR!

Monja Coen

Pense em alguém que você goste muito. Do passado, do presente ou do futuro. Pode ser um bichinho, um brinquedo, uma pessoa, uma criança, uma situação agradável. Pense e sinta.

Sinta esse amor, agora, aqui, em você. Conecte-se com o amor que habita você. Comece a incluir nessa amorosidade todas as pessoas que estão próximas a você. Vá expandindo sua capacidade de amar.

Inclua todas as pessoas que você conhece. Agora inclua as que você não conhece. Inclua próximas e distantes. Inclua pessoas que você jamais viu. Os povos africanos, asiáticos, australianos. Os povos e tribos de toda a Terra.

Inclua em seu amor todo o planeta, com árvores e insetos. Flores e pássaros. Mares, rios, oceanos. Inclua a vegetação da Amazônia e da Patagônia. Inclua o Mar Morto e o Deserto do Saara.

Não deixe o Pequeno Príncipe de fora. Inclua os Lusíadas, a Odisséia, Kojiki. Inclua toda a literatura mundial, um pouco de Machado de Assis, Eça de Queiroz, Shakespeare, um tanto de Saragosa, uma gota de Jorge Amado, banhado por Herman Hesse e Amon Oz.

Inclua todas as religiões. Como se não houvesse dentro nem fora. Imagine, como John Lennon, que o mundo é um só. O mundo é uno. O mundo, o universo, o pluriverso é um só.

Nós somos unas e unos com o uno. Perceba. Isto que digo é a verdade. E só há esse caminho.Inúmeras analogias, linguagens étnicas, expressões regionais e temporais para tentar atingir o atemporal, o fluir incessante, incandescente, brilhante, da vida em movimento transformador.

Somos a vida da Terra.

Somos a vida do Universo.

Somos a vida do Multiverso.

E quando nossos pequeninos corações humanos se tornam capazes a ir além deste saquinho de pele que chamamos o eu, nos contatamos com a essência da vida. Que é a nossa própria essência e de tudo que é, assim como é.

Algum nome? Nenhum nome? Caminhemos. Tornamo-nos o caminho a cada passo. Que cada passo seja um passo de paz. Que o novo ano se abra com a abertura dos corações-mentes de todos nós seres humanos.

Abertura para o infinito.

Abertura para a imensidão.

Abertura para a ternura.

Abertura para a sabedoria.

Abertura para a compaixão.


Que todos os seres em todas as esferas e todos os tempos se beneficiem com esse amor imenso que aqui e agora juntas, juntos, nos tornamos. E ao nos tornarmos o amor tudo se torna vida e vida em abundância. Ame e manifeste esse amor agora.

Mãos em prece.



Monja Coen foi ordenada monja em 1983, após viver 12 anos no Japão. Retornou ao Brasil em 1995. Foi a primeira mulher e a primeira pessoa de origem não japonesa a presidir a Federação das Seitas Budistas do Brasil.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A BENÇÃO DO NATAL


Hoje estava lendo uma matéria num outro Blog, de uma jornalista até conhecida, falando que está "saturada" de Natal.
Satura ter que comprar presentes, inventar cardápios de natal, enfeites, árvores, amigo secreto,planejar reuniões, etc, etc,...Ela queria que tudo isso passasse rápido, ou simplesmente não existisse mais.
Para alguns pode parecer uma figura simplesmente mal humorada ou solitária. Mas há que se respeitar as opiniões.
Eu adoro o Natal, apesar de guardar algumas recordações tão boas (e antigas) de avós e queridos que se foram, que pode parecer masoquismo comemorar.
Existe é claro o lado comercial de tudo isso, que é muito forte e abrangente.
Mas faço questão, quando dá meia noite, de proferir uma prece de mãos dadas com todos, para lembrar o que está se comemorando. Não acredito piamente que seja o nascimento de JESUS, pois até hoje ninguem conseguiu me convencer que essa é a data exata, mas acredito na força e na energia de milhões de pessoas que se reunem na paz, em familia, para levantar um pensamento á Ele: JESUS.

E essa força espiritual vem desde que comemoravamos as noites de Natal do dia 24 na casa de meu Tio Luis, uma figura sorridente de genio forte e praticante espírita dedicado! Gravou livros espiritas com sua voz, para cegos, mesmo adoentado.
E no dia 25 era aquela festa mais italiana, um almoço na casa do vovô Filippo, com cabrito, scarcheda (torta de salame), doces, musicas e jogatina.

E essa confraternização de familia, com uma energia tão forte de união nessas datas especiais é que me faz sentido. Nada importa, nem os presentes, nem a comida e nem mesmo o Papai Noel. O que importa é essa distribuição forte de abraços e de convivencia amorosa e pacifica.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A BONEQUINHA HOLANDESA


Tinhamos uma Tia - na realidade Tia de meu pai, irmã de minha avó - muito especial, a Tia Célia. Uma pessoa vibrante, sociavel, viajada, enfim destacada para a época.
Era "amigada" com um homem que fora casado, e que segundo as más linguas,o havia tirado da esposa. Tudo nela surpreendia, pois era "além" do tempo em que vivia.
Falante e alegre, usava uns sapatos de amarrar meio masculinos, cabelos crespos bem curtos e óculos com lentes verdes escuras. Era uma bonita mulher, uma figura que se fazia notar por onde passasse.
Colecionava quadros belissimos em seu apartamento no Largo do Arouche, onde recebia amigos para conversas e saraus.
Ela e seu amor, viajaram pela Europa numa época, onde os cruzeiros maritimos eram mais escassos e muito mais fascinantes.
Falava-se muito em um navio de bandeira italiana - o "Conte Grande" - cujo apito forte no porto de Santos jamais vou esquecer.
Pois bem,dessa viagem ela trouxe muitas coisinhas, lembranças, perfumes, roupas.
E historias, muitas historias.

Nos anos que se seguiram,ela perdeu seu companheiro e foi morar sózinha num apartamento simples, no alto do Ipiranga. Para lá levou os quadros, as joias e suas belas lembranças de um tempo com vivencias maravilhosas.
A ultima vez que fui visita-la, ela me abraçou comovida e notei que chorava, como numa despedida. Algumas semanas depois, morreu atropelada na porta de casa.
Todos os seus bens ( os mais valiosos ) sumiram, surrupiados por pessoas da familia que tinham acesso ao seu apartamento. Em choque, fui com minha avó ver o que havia restado, alguns caixotes de roupas e sapatos, e pequenos bibelots jogados sobre um móvel.Minha avó chorosa perguntou-me se eu queria alguma lembrança. Dai eu vi a pequena boneca holandesa de cerâmica - na realidade um saleiro - e me encantei com sua delicadesa.

Coloquei-a num aparador da minha cozinha, e olho para ela todo dia quando acordo, no café da manhã.
Realinhando meus pensamentos e planos para o dia e buscando respostas, meu olhar sem querer sempre encontra essa figurinha imóvel, com seu capuz amarelo, cada dia me observando de um jeito. E incrivelmente, quando olho para a bonequinha holandesa, parece que sempre respostas encorajadoras e amorosas vem á minha mente.
Como se Tia Celia tivesse deixado um recado de encantamento nela. Sorrio achando sempre que "viajo" buscando pequenos sinais para começar bem o meu dia.
Mas no fundo, tenho a certeza que a bonequinha holandesa me inspira otimismo e coragem...