sexta-feira, 23 de julho de 2010

BIOÉTICA


A bioética seria um "sub-ramo da ética", buscando definir as velhas questões humanas a partir dos fatos novos produzidos pela genética e biotecnologia (clonagem, transgênicos, suplementos hormonais, próteses, células-tronco, interfaces neurais, etc).A bioética também pode ser considerada um novo tipo de ética, não mais focada exclusivamente nos seres humanos, e sim abrangendo toda a vida na terra. Por fim, podemos considerar que as inovações biotecnológicas das últimas décadas é que estariam obrigando o homem a criar uma nova ética. Afinal de contas, os homens de hoje podem recriar seus corpos de uma maneira nunca antes imaginada!

Tanto em assuntos polêmicos como a doação de órgãos, a eutanásia e até as experiencias em animais, a Bioética tornou-se imprescindivel.
Inclusive no tratamento humano em doentes terminais, fato que vivemos dentro de nossa familia.
Tive um tio muito amado, segundo paizinho, que passou por um câncer terminal devastador, e na sua ultima noite no hospital, eu e uma prima ficamos na vigilia, ao seu lado, substituindo nossa tia que estava exausta.

Sabiamos que não tinha volta, ele partiria, estava desenganado e semi-consciente. Mas os médicos nos avisaram para vigiar se ele não arrancaria os tubos do nariz, por onde passava o precioso oxigenio e que o incomodavam muito. Ficamos eu e minha prima, segurando suas mãos magras e tentando colocar novamente o tubo em seu nariz quando ele arrancava. No final da noite, desesperada pela situação absurda me perguntei - Por que?
Ele faleceu na manhã seguinte e eu chorei e me culpei muito por não ter reagido a essa ordem absurda de mais sofrimento.

Hoje sei que os direitos de uma morte digna e humana devem ser priorizados.
É preciso que os médicos e os enfermeiros saibam quando devem parar no caso de doentes realmente terminais, no que se refere à concretização de manobras extraordinárias (cirurgias, quimioterapia ou reanimação cardiopulmonar,etc) ,deve-se tentar uma convergência entre a vontade da família e o bom senso dos profissionais!
Todos nós tivemos o amparo de nossa crença espiritual na passagem de nosso querido tio. Mas a Bioética deve esclarecer melhor os direitos de quem deseja ter uma morte digna.

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