quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A PAZ


A primeira vez que tive contato com a guerra, foi aos 10 anos quando meu avô me levou numa visita a um casal de amigos judeus. Muito carinhosos, nos serviram café e chá, com biscoitos feitos por ela, uma senhora baixinha de cabelos grisalhos e um chale bege nos ombros. Quando ela me estendeu o prato de doces, vi o numero tatuado em seu antebraço, e como toda criança ingenua perguntei o que era aquilo.Um silencio de alguns segundos e ela respirou fundo. A pergunta não foi respondida, continuaram na conversa deles sem me darem atenção. Mais tarde em casa,meu avô contou algumas passagens deles no campo de concentração e eu ouvi estarrecida, que eles bebiam urina de cavalo para matar a sede. Aquilo me deixou atonita, não pude compreender direito o porque da guerra e como toda criança, dali alguns minutos ja tinha esquecido o assunto e fui brincar.

Adolescente vi cenas da guerra do Vietnam ( a guerra que matou o orgulho americano) e pude compartilhar mais ativamente da indignação da minha geração, a geração dos protestos.Uma certeza ja abrangia meu coração: na guerra todos saem derrotados!

Na semana passada vi tanques subindo ladeiras nos morros do Rio de Janeiro, uma guerra urbana para tomada de território.Sobre o futuro do Rio de Janeiro e de tantas outras capitais e cidades importantes de nosso Brasil existe uma incógnita, que só poderá ter uma resposta nos próximos anos, em face das providências e das soluções práticas que poderiam ser tomadas pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Brasil.

Nenhum motivo explica a guerra. Nem a sede de poder. Nem o medo de perder,nem a ira. Nem a mentira,nem a conquista territorial. É preciso aproveitar os momentos de crise para fomentar a reflexão sobre o autêntico destino da humanidade e de cada ser humano. Reconhecer todas as filosofias da vida que se baseiam em motivações positivas, sobretudo quando são enraizadas entre os povos. A paz é possivel.

Um comentário:

Zé Clemente disse...

A ignorancia está a solta na humanidade ha tanto tempo que contanimou de fora a fora. A paz é uma coisa que não faz barulho, não causa muito movimento, não atrai muitos espectadores, enfim é monotona para os padrões da atualidade.

Construir coisas dá trabalho demais e destruir é muito rápido e abre espaço para interessados. Assim é a humanidade hoje.