sábado, 27 de setembro de 2008

Meu gato preto sueco


O meu negão chegou todo estropiado. Filhote, achado na rua, magro e trêmulo, ficou uma semana no soro do veterinário. Tinha um rabo comprido e peludo, maior que o corpo. E um olho meio fechado, meio aberto, cheio de remela. Cismei meio contrariada - Ah que gato mais feio, meu Deus, pra se ter em casa!

Mas minha filha Paulinha, cheia de sabedoria;- Por isso mesmo mãe, ninguem ia querer!

O nome foi o namorado dela quem deu, nem sei por que - " Carlson" .

Depois percebi ser um nome sueco, dos aloirados nórdicos, infinita ironia.

Os ronronados de Carlson foram se achegando, esfregaços na perna, olhos doces já quase curados. Me seguindo por toda a parte da casa, silencioso e companheiro.

Carinhosinho, cheio de amor pra dar. O veterinário explicou meio incrédulo -"Todos os gatos pretos machos são assim, os mais carinhosos, sempre".

Talvez para abonar a fama de agourentos.

E o Carlson, agora gordo e majestoso, me faz aquela companhia quieta do amor incondicional dos bichos.