O meu negão chegou todo estropiado. Filhote, achado na rua, magro e trêmulo, ficou uma semana no soro do veterinário. Tinha um rabo comprido e peludo, maior que o corpo. E um olho meio fechado, meio aberto, cheio de remela. Cismei meio contrariada - Ah que gato mais feio, meu Deus, pra se ter em casa!
Mas minha filha Paulinha, cheia de sabedoria;- Por isso mesmo mãe, ninguem ia querer!
O nome foi o namorado dela quem deu, nem sei por que - " Carlson" .
Depois percebi ser um nome sueco, dos aloirados nórdicos, infinita ironia.
Os ronronados de Carlson foram se achegando, esfregaços na perna, olhos doces já quase curados. Me seguindo por toda a parte da casa, silencioso e companheiro.
Carinhosinho, cheio de amor pra dar. O veterinário explicou meio incrédulo -"Todos os gatos pretos machos são assim, os mais carinhosos, sempre".
Talvez para abonar a fama de agourentos.
E o Carlson, agora gordo e majestoso, me faz aquela companhia quieta do amor incondicional dos bichos.
Um comentário:
Caaaaarlsoooonnnn
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