segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O CORO DA CANTAREIRA


Vemos acima a Estação de Barcas do Rio de Janeiro com todos os atracadouros ocupados: barca para Paquetá, barca para Niterói, balsa de automóveis da antiga Cantareira e balsa da Valda (de cor azul).


O transporte regular aquaviário na Baía de Guanabara foi iniciado em 1853, com a criação da Companhia de Navegação de Nichteroy, empresa privada que fazia o transporte de passageiros entre Rio e Niterói utilizando três embarcações.


Esta empresa foi sucedida pela companhia FERRY, criada em 1862, depois substituída pela Companhia Cantareira e Viação Fluminense, fundada em 1869, com o objetivo de transportar além de passageiros, cargas e veículos.

Lembro-me por volta de 1967 , eu com 12 anos, menina de todo, meu amado tio Roulien natural de Niterói nos levava a passeios ao Rio de Janeiro, regularmente. As praias e todas as belezas do Rio, cantadas áquela época por Vinicius, Carlos Lira e Bôscoli, eram o "must" da estação.


A Praça XV, o carnaval de rua com o povo cantando ao som de um batuque, tudo me deixava impressões que até hoje sinto o cheiro e vejo as imagens. Mas uma em especial me marcou: o coro da Cantareira. Ao pegarmos a balsa para fazermos a travessia Niteroi-Rio, o povo sentado naquelas cadeirinhas, no salão azulado da barca, ia batucando e cantando.

E o refrão, com sotaque carioca era o seguinte:

" Mas é só vendo como é que dói,

mas é só vendo como é que dói,

Viajar na Cantareira,

Trabalhar em Madureira e

Morar em Niterói!


Ôoo Cantareira, ôoo cantareira, ôoo cantareira,

Hoje eu quero é me acabar..."


É esse coro de vozes fortes e bem humoradas, apesar da vida dificil, que de vez em quando ecoa em meus ouvidos, me fazendo lembrar da Balsa da Cantareira, no Rio de Janeiro.

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